Os motoboys e entregadores de aplicativos de delivery preparam uma paralisação para esta segunda-feira (18). A ação, que será nacional, ocorre após as empresas e os entregadores não entrarem em um acordo para melhorar as condições de trabalho. Entre as exigências dos trabalhadores, há a aplicação de um valor maior por hora trabalhada dentro do aplicativo, além da regulamentação da profissão, que já é aguardada há muito tempo pela categoria.
Em Maceió, a mobilização terá como concentração o estacionamento do Jaraguá e vai durar 24 horas. A expectativa da Associação dos Entregadores de Aplicativo da capital alagoana é de que todos os entregadores desliguem o app ou fiquem em casa durante o dia. A entidade espera que haja participação de 100% da categoria.
A proposta dos motoboys sugere um valor mínimo de R$ 35,76 para motociclistas e de R$ 29,63 para ciclistas profissionais por hora logada no aplicativo. No entanto, a ideia das empresas é definir valores que variam de R$ 10,20 a R$ 12 para motociclistas e de R$ 6,54 a R$ 7 para ciclistas.
Nos últimos quatro meses, um grupo de trabalho (GT) instituído pelo Governo Federal formado por governo, empregadores e trabalhadores esteve negociando para chegar a um consenso sobre ganhos mínimos, indenização pelo uso dos veículos, previdência, saúde dos trabalhadores e transparência algorítmica, mas, sem sucesso.
O Conselho Nacional dos Sindicatos de Motoboys e Motoentregadores, a Aliança Nacional dos Motoboys e Motoentregadores e as centrais sindicais reivindicam os valores mínimos de R$ 35,76 para motociclistas e R$ 29,63 para ciclistas profissionais por hora.
Já a proposta das empresas varia de R$ 10,20 a R$ 12,00 para motociclistas e de R$ 6,54 a R$ 7.00 para ciclistas. Elas são representadas pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) – que reúne as empresas Amazon, iFood, Flixbus, Uber, Zé Delivery, Buser, 99 e Lalamove – e pelo Movimento Inovação Digital (MID) – que reúne mais de 150 empresas, entre elas, Mercado Livre, GetNinjas, PayPal, Loggi, Movile, Americanas, C6 Bank, Facily, Rappi, OLX e euEntrego.
Atualmente, há 1,6 milhão de entregadores em todo o Brasil, o que faz com que a categoria já se estabeleça como uma das maiores do país. Somente no Distrito Federal, há cerca de 30 mil profissionais.
Em nota, a Federação Brasileira dos Motociclistas Profissionais (Febramoto) ressaltou que, além de ser uma categoria numerosa e em crescimento, os trabalhadores por aplicativo têm mostrado “enorme potencial de organização e mobilização”.
“O breque dos apps em 2020 paralisou as entregas de boa parte do país em plena pandemia, obrigando as empresas a negociar. Hoje eles se organizam em defesa da regulamentação da profissão, que está em negociação com o Ministério do Trabalho”, disse, em nota, a entidade.
Fonte: tv gazeta