Hospital busca soluções para ampliar o atendimento de novos casos

A possibilidade de um colapso hospitalar tem preocupado as autoridades de saúde do mundo todo, que enfrentam a pandemia do novo coronavírus. Em Alagoas não é diferente. Até o domingo (10), 32 pacientes estavam internados com suspeita ou a confirmação do novo coronavírus (covid-19) nas UTIs da Santa Casa de Maceió. Com isso, o hospital precisou suspender temporariamente a internação de novos pacientes com a doença.

“A decisão de não fazer novas internações se deu pela absoluta falta de leitos de UTI para dar suporte aos que já estão em tratamento nas enfermarias do hospital. A normativa vale para todos os pacientes, sejam eles conveniados, particulares ou encaminhados pela gestão pública. Comumente, os casos com covid-19 têm o estado de saúde deteriorado de forma rápida em sua condição respiratória e precisam ser transferidos para o tratamento intensivo. Temos uma contratualização com a gestão pública que garante 30 leitos de enfermarias e 20 de UTI, mas o número de pessoas que chegam em estado grave e têm de ser intubadas superou as expectativas, assim como os internados em enfermarias e considerados menos graves, impossibilitando, assim, atender às normas contratuais e a internação de novos pacientes”, explicou o cirurgião torácico Artur Gomes Neto, diretor médico do hospital.

Diante desse cenário, a direção da Santa Casa de Maceió criou cinco leitos de retaguarda exclusivos para pacientes suspeitos ou portadores de coronavírus. “Esse suporte de terapia intensiva de internação é mandatório para que se possa admitir novos casos, mesmo com sintomas mais brandos. Além disso, serão contratados médicos e enfermeiros”, disse o gestor.

Diante desse cenário, a direção da Santa Casa de Maceió criou cinco leitos de retaguarda exclusivos para pacientes suspeitos ou portadores de coronavírus. “Esse suporte de terapia intensiva de internação é mandatório para que se possa admitir novos casos, mesmo com sintomas mais brandos. Além disso, serão contratados médicos e enfermeiros”, disse o gestor.

Inicialmente, o hospital havia destinado 70 leitos, sendo 30 deles de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 40 de enfermaria para atender os casos de covid-19. Na quarta-feira (5), esses leitos já estavam ocupados. Além dos 50 leitos destinados para admissão de pacientes encaminhados pela gestão pública, a Santa Casa de Maceió preparou mais 20 leitos para o atendimento da saúde suplementar, sendo oito de UTI e 12 de enfermaria.

Dos 495 leitos criados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) para atender, exclusivamente, pacientes com suspeita e confirmação de infecção pelo novo coronavírus, 293 estavam ocupados até às 13h do domingo (10), o que corresponde a 59% do total – 101 pacientes estão em leitos de UTI, 14 em leitos intermediários e 178 em enfermaria.

Por ser um hospital de referência em oncologia, ortopedia, neurocirurgia, cirurgia vascular, entre outras, a Santa Casa de Maceió tem que manter setores institucionais denominados Covid Zero (livres de contaminação) para receber casos urgentes dessas especialidades. Essas unidades estão alocadas na Santa Casa de Maceió (Centro), Santa Casa Farol, Santa Casa Rodrigo Ramalho (oncologia 100% SUS) e Santa Casa Nossa Senhora da Guia (maternidade SUS), onde foram reservados oito leitos para parturientes com covid-19 e síndrome gripal aguda.

O desafio dos hospitais é compatibilizar a oferta de leitos com a demanda, já que o tempo de internação de um paciente com covid-19 gira em torno de 21 dias na UTI e por volta de 10 dias na enfermaria. “Os pacientes ficam muito mais tempo do que ficariam na UTI se estivessem com uma pneumonia comum, por exemplo. Isso faz com que o sistema congestione. Fica difícil acompanhar os casos graves, mesmo tendo o número correto de profissionais. Por isso a importância de ficar em casa, só sair se for realmente necessário. O vírus está solto e só precisa de um hospedeiro. Há quem se contamine e não sinta mais do que tosse, febre e coriza. Mas o que temos visto, num número assustador, são casos extremamente graves que precisam de cuidados específicos. Se o isolamento e o distanciamento social não forem respeitados, será muito difícil atender a todos”, disse o médico.

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