A orla da Pajuçara, em Maceió, foi tomada, na manhã deste domingo (21) por manifestantes contrários à PEC das Prerrogativas e à anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. A mobilização faz parte de uma convocação nacional que acontece em diversas cidades do país, com o objetivo de pressionar o Congresso Nacional a barrar a proposta que, de acordo com especialistas, pode ampliar a impunidade entre parlamentares e enfraquecer a democracia.

Além dos políticos locais, dos sindicalistas e de representes de movimentos sociais, o ato em Maceió também contou com a presença da cantora Simone, que está na capital alagoana para uma apresentação na noite deste domingo. “Estamos aqui, juntos, lutando por causas nobres”, afirmou a cantora.

A concentração para o ato aconteceu na Praça Sete Coqueiros, na Pajuçara, e reuniu cerca de 5 mil manifestantes, que saíram em caminhada pela orla da capital alagoana.

Presente ao ato, o presidente estadual do PT e deputado, Ronaldo Medeiros, reforçou que a mobilização já tem surtido efeito. “É um movimento vitorioso. Vários parlamentares estão afirmando que não vão votar mais a favor da PEC. Muitos não querem mais nem a anistia. Além disso, o Senado Federal também está se posicionando contra. O trabalhador quer que o Congresso vote as pautas que beneficiem o povo brasileiro, como a isenção do imposto de renda até R$ 5 mil e a defesa da escala 6 por 1”, disse.

O deputado federal Paulão (PT-AL), que votou contra a PEC na Câmara, chamou atenção para a importância da pressão popular. “A importância do povo na rua é fundamental, é o único momento em que a classe política tem medo. Esse ato é um ato de resistência, em defesa da democracia. Não podemos dar anistia a bandido. A PEC das Prerrogativas, na prática, cria uma elite acima da lei. Espero que o Senado derrube. Meu voto foi contrário”, declarou.

Também participando do ato, a cientista política Luciana Santana classificou a PEC como um retrocesso. Para ela, a medida cria uma desigualdade entre representantes políticos e cidadãos comuns. “Essa mudança constitucional deixa os parlamentares protegidos e impunes de possíveis crimes durante o mandato, criando uma grande assimetria em relação às responsabilizações que nós temos. Além disso, a pauta da anistia deslegitima decisões das instituições políticas. Qualquer aprovação nesse sentido seria um retrocesso para o Estado Democrático de Direito”, avaliou.

Já o deputado estadual Silvio Camelo lembrou que a mobilização popular é decisiva para a condução política. “O povo brasileiro, de tempos em tempos, tem que ir às ruas tomar os seus direitos. Os políticos precisam se posicionar conforme a opinião da sociedade. O povo não quer a PEC, não quer a anistia. Estamos ao lado dos movimentos sociais, sindicatos e partidos que sempre defenderam a democracia”, ressaltou.

Um dos organizadores da mobilização em Alagoas e membro da Unidade Popular, Ésio Melo, destacou a dimensão do movimento. “Hoje, em todo o Brasil, o povo está indo às ruas para dizer não à PEC. É o momento do povo tomar as ruas no país todo. Aqui em Alagoas, são esperadas milhares de pessoas, pois esse momento é um divisor de águas”, afirmou.

 

Fonte: tv gazeta

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