Quem busca por atendimento no Centro de Triagem da Covid-19, montado no Ginásio do Sesi, em Maceió, depara-se ao chegar com um cenário de caos: pacientes deitados no chão e passando mal por esperar atendimento médico há horas. O centro, erguido pela Braskem, é administrado pelo governo Renan Filho e já foi alvo de críticas e de cobranças do Conselho Estadual de Saúde de Alagoas (CES).

Nesta quinta-feira (14), o fotógrafo da Gazeta de Alagoas, Ailton Cruz, esteve no Centro de Triagem do Sesi e registrou pelas suas lentes o drama de alagoanos que, sem atendimento, não sabem para onde ir ou o que fazer. As imagens revelam que a rede de atendimento de Alagoas já não assiste a quem procura por ajuda clínica.

Os pacientes utilizam o chão e os bancos à espera de um diagnóstico. Em vídeos enviados à Gazeta, internautas denunciam que uma mulher chegou a desmaiar antes de ser atendida nesta terça-feira. Inicialmente, a paciente, que não teve o nome divulgado, foi socorrida por populares que, como ela, também estavam aguardando por atendimento no centro montado no Ginásio do Sesi. Ela dizia estar sem ar.

Pacientes que até agora não conseguiram ser atendimentos denunciaram à Gazeta que o caos registrado nesta quinta-feira (14) não é exclusivo e que o quadro já se repete há dias no Centro de Triagem. Eles se queixam também que, apesar do perigo que estão correndo, não há informações sobre como agir diante da demora por ajuda.

RELATÓRIO DO CONSELHO DE SAÚDE

Conselheiros estaduais de saúde fizeram uma visita técnica ao Centro de Triagem para Covid-19 e identificaram uma série de falhas. Conforme relatório obtido pela Gazetaweb, há erros no atendimento aos pacientes (demora é de 3 horas, em média) e na distribuição (ou falta) de medicamentos, e muita desconfiança dos usuários nos resultados dos testes rápidos.

Entre os aspectos analisados, os conselheiros observaram que não há qualquer comunicação entre o Centro de Triagem e as unidades de saúde, sejam elas as UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] ou os hospitais, sobretudo o HGE, que fica em frente ao Ginásio do Sesi. Também não encontraram assistentes sociais e psicólogos trabalhando no local.

Eles também perceberam que muitos pacientes saem com receitas de remédios, cujo valor é entre R$ 50 e R$ 300. Se quiserem levar a medicação para casa, precisam enfrentar outra fila, em uma unidade de saúde, já que, no Centro de Triagem, não tomam, ao menos, um antitérmico para baixar a febre.

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