A economia de Alagoas deve apresentar bons resultados no que se inicia neste domingo (1º). A avaliação é do economista e professor da Universidade Federal de Alagoas, Cícero Péricles de Carvalho. Ele conta que todas as atividades econômicas do Estado deverão crescer aproveitando a conjuntura pós-pandemia.
O professor explica que a expectativa é de que a economia alagoana mantenha ritmo crescente, influenciado, no plano nacional, pela recuperação do mercado de trabalho, com uma inflação menor que a de 2022 e uma taxa de crescimento positiva, mas ainda baixa para as necessidades do país.
Ele cita ainda que existem expectativas diante dos anúncios de maiores investimentos públicos em infraestrutura e políticas sociais, e de investimentos privados, principalmente nos setores de comércio e serviços. Péricles detalha ainda que a economia alagoana, para criar um ambiente favorável ao seu crescimento, depende tanto da conjuntura nacional, que favorece mais ou menos os recursos federais destinados ao seu crescimento, como do desempenho do setor público local, do Estado e das prefeituras.
“O primeiro desafio está relativamente garantido, com a aprovação, no Congresso Nacional, do orçamento para 2023, assegurando os recursos para o pagamento dos 550 mil beneficiários do Bolsa Família, num valor de 600 reais mensais, e, definindo o aumento do salário mínimo em janeiro para R$ 1.320, que impacta na vida da maior parte dos 400 mil assalariados alagoanos e dos 560 mil beneficiários do INSS”, elenca.
O professor destaca ainda que as possibilidades de geração de mais empregos dependem da conjuntura nacional, que aponta para uma taxa ainda baixa de crescimento em 2023 e, mais ainda, do desempenho dos setores importantes da economia local, que são os maiores geradores de emprego.
“No plano estadual, existe um ambiente favorável às atividades econômicas. Primeiro porque sua agropecuária está sendo beneficiada por chuvas regulares há sete anos seguidos, e as previsões para o próximo ano são positivas. Os setores de comércio e serviços, responsáveis por 70% da economia estadual, tendem a recuperar as perdas dos últimos anos, pela melhoria do mercado de trabalho e da renda, e voltar a realizar investimentos, o que já é sentido na rede comercial popular. Menos dinâmica, a indústria alagoana perde espaços na forte concorrência nacional e regional e apresenta poucos investimentos em novos empreendimentos. A construção civil mantém suas atividades em ritmo positivo, mesmo sendo penalizada pela elevação dos custos de produção e pelas dificuldades na área de crédito para financiamento”, avalia.
Cenário positivo
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Gilton Lima, também analisa como positivo o cenário para 2023.
“A expectativa é de que, no geral, com a inflação controlada, a permanência das políticas públicas de distribuição de renda e a taxa de desocupação diminuindo, 2023 seja um ano melhor que 2022 para o Comércio de Bens e Serviços. Os setores estão se recuperando e, desde a pandemia de Covid-19, este foi o primeiro ano a ter uma confraternização de Natal mais tranquila, em bares, com amigos e com a família. Apesar dos desafios, estamos otimistas”, ressalta o presidente.
Em se tratando de desafios para os comerciantes, Lima diz acreditar que os principais são manter a taxa de desocupação baixa, tendo em vista que o setor é responsável por mais de 70% dos empregos no estado; equilibrar os custos de produção, em um cenário que aponta para o aumento do preço dos combustíveis; e administrar a questão da inadimplência, que cresceu significativamente em meio aos desdobramentos da pandemia no orçamento familiar, mas vem diminuindo nos últimos meses.
Fonte: tv gazeta