Senador disse que povo brasileiro precisa de paz para enfrentar o momento atual de crise na saúde
O senador Fernando Collor (Pros) classificou como “extremamente perturbadoras e sérias” as últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro. O ex-presidente lamentou também os sinais confusos que o presidente envia ao desrespeitar as regras de isolamento social e as medidas defendidas pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate ao novo coronavírus.
“O que ele [Bolsonaro] deseja dizer ao afirmar que tem o apoio das Forças Armadas? São maneiras de falar que deixam a todos extremante perturbados neste momento de uma crise política instalada”, analisou Collor, durante a participação nesta segunda-feira (4) no debate realizado pelo Conjur, que reuniu os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Michel Temer (MDB). Eles analisaram o presente e cenários para o futuro do Brasil em meio à pandemia.
De acordo com Collor, o momento atual do Brasil é de gravidade e há uma crise institucional em gestão, progressão e para que haja a interrupção cabe, portanto, ao presidente da República evitar conflitos que geram desassossego e exasperação na sociedade brasileira. “A minha preocupação é muito grande diante do momento em que estamos vivendo. Nós precisamos de calma, de paz. A paz é muito importante neste momento. E a paz quem pode trazer é o presidente com o seu comportamento. Com um comportamento que esteja mais de acordo com um homem cordial, que é o brasileiro. E não com essas discordâncias e dissonâncias que ele traz todos os dias com esse cálice tão difícil de ingerir”, frisou ele.
Collor também defendeu que o governo federal atue para projetar as ações que serão realizadas para ajudar a população e as empresas após a crise da Covid-19. Ele destacou que a ajuda aos trabalhadores se estende apenas para os próximos três meses e que, portanto, “é preciso saber da disposição do Estado para cumprir o seu papel e atender às demandas da população mais vulnerável”.
O senador finalizou sua participação no debate dizendo ter fé nos brasileiros para superar este momento adverso. “Tenho fé na solidariedade e na esperança: fé que o País possa encontrar o caminho da solidariedade e da esperança, tudo isso motivado muito mais pela força do povo brasileiro e do seu sentimento do que propriamente pelos sentimentos das pessoas que estão nos dirigindo”, concluiu Collor.